3º Barómetro APAV/Intercampus: “A perceção da criminalidade e insegurança da população mais idosa”
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apresenta as conclusões do 3º Barómetro APAV/Intercampus, sobre o tema “A perceção da criminalidade e insegurança da população mais idosa”.
O Barómetro APAV/Intercampus, que resulta de uma parceria mecenática estabelecida entre a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a Intercampus, promove um estudo de opinião pela terceira vez. Este estudo partiu da realização de 804 entrevistas telefónicas em Portugal Continental, em Novembro de 2012.
Os dados que a APAV e a Intercampus apresentam revelam que a perceção dos inquiridos, relativamente a determinados aspetos sociais e de segurança sobre a população mais idosa, a opinião é expressada de forma significativamente mais vincada e unânime, pelo lado negativo, ou seja, a perceção global dos inquiridos é de que a população mais idosa enfrenta mais problemas sociais e de insegurança:
• Mais de 70% é unânime em discordar com as afirmações de que as famílias e a sociedade estão preparadas para lidar com os problemas de insegurança, criminalidade e problemas de saúde e sociais das pessoas mais idosas.
• Na mesma percentagem é expressado o desacordo com as afirmações de que os mais idosos têm igual acesso a apoios sociais e a cuidados de saúde e de que são valorizados pela sociedade atual.
• 86% dos inquiridos concorda com a afirmação de que as famílias têm cada vez menos tempo para cuidar dos seus familiares idosos.
• 84% da amostra é unânime na perceção de que existe um sentimento de insegurança maior por parte das pessoas idosas, tendo em conta a situação atual do país (crise financeira).
• 80% sente que aumentaram as situações de violência e crime contra pessoas idosas.
• No entanto, apenas 21% dos inquiridos considera que a zona onde reside ou trabalha / estuda é mais insegura ou perigosa para a população idosa.
Por outro lado, quando questionados acerca de conhecimento pessoal de agressões ou abusos sobre a população mais idosa existe uma menor percentagem que afirma ter conhecimento, especificamente:
• Aproximadamente 30% declara conhecer alguma pessoa idosa que já tenha sido vítima de assalto ou agressão.
• 11% declara ter conhecimento de furtos ou danos em veículos de pessoas idosas.
• No que respeita a atos de burla ou extorsão sobre pessoas idosas, 24% dos inquiridos diz ter conhecimento de, pelo menos, uma situação.
• Cerca de 10% afirma ter conhecimento de alguma pessoa idosa alvo de insultos, ameaças ou agressões no interior da sua própria residência.
• Apenas 1,7% declararam ter conhecimento de algum caso em que a pessoa idosa tivesse tido uma intervenção ou tratamento médico sem consentimento
• 12% afirma ter conhecimento de casos em que uma pessoa idosa foi acolhida numa instituição contra vontade.
Continua pois a revelar-se necessária quer uma mais eficaz prevenção do crime e da violência contra as pessoas idosas, quer um apoio mais efetivo às pessoas idosas, seus familiares e amigos que todos os anos sofrem perdas pessoais ou patrimoniais causadas pelo crime.